Animação
Estúdio Giramundo de Animação
A animação ou a arte de criar a ilusão de vida (ânima) pelo movimento é tão importante para o Giramundo quanto o próprio boneco, pois fazem parte do mesmo fenômeno que é a performance teatral com formas animadas. Não existe teatro de bonecos sem bonecos (mesmo que emprestados do mundo dos objetos). todas as formas de marionetes servem ao propósito de produzir imagens em movimento, o que faz da matéria de trabalho do marionetista a criação de uma linguagem cinética e do boneco um dos instrumentos componentes dessa linguagem.
Curiosamente, o Giramundo se aproximou da animação desde o seu início. Álvaro Apocalypse declarou várias vezes que sua decisão de construir bonecos e criar o Giramundo surgiu da dificuldade técnica e econômica de se produzir desenho animado no Brasil no final dos anos sessenta. Então, o Giramundo teatro de bonecos surge como uma alternativa factível para a construção de um universo imagético animado, no momento em que a animação cinematográfica se mostrou inalcançável.
A mistura de teatro de bonecos e vídeo animações só viria a ser desenvolvida plenamente a partir da morte do criador do Giramundo, no início dos anos 2000. E o stop motion só se consolidaria como campo criativo experimental no Giramundo em 2005, com Pinocchio. Desde então, a produção de filmes não mais cessou no grupo. A primeira finalidade foi exatamente se juntar aos bonecos em cena, trazendo novas possibilidades de cenografia e de narrativa, com a migração e alternância de personagens analógicos e digitais.
A série Trilogia do Mundo Moderno (Pinocchio, Vinte Mil Léguas Submarinas, Alice no País das Maravilhas) e o Pirotécnico Zacarias, filme, definiram a cena híbrida do Giramundo no sec. XXI.